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Professor é indiciado após ser denunciado por ex-alunas em redes sociais

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Após denúncias de diferentes adolescentes e jovens nas redes sociais, um professor de Santa Maria foi indiciado pela Polícia Civil pelos crimes de estupro de vulnerável e importunação sexual. 

A investigação, de acordo com a delegada Roberta Trevisan, que respondia pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente na época em que o inquérito foi conduzido, começou após uma ex-aluna do professor, identificado como Vinícius Pompeo, receber mensagens de outras meninas e publicar os relatos nas redes sociais. A partir disso, a Polícia Civil tomou conhecimento dos casos e passou a ouvir vítimas e testemunhas. Segundo a delegada Roberta, foram ouvidas mais de 50 pessoas:

- Nós tomamos conhecimento dos fatos assim, a partir da página no Instagram. Vimos um vídeo de uma professora (comentando o caso), chamamos ela para a delegacia e, a partir disso, foi registrado o inquérito - relata a delegada.

Na investigação, foram identificadas 21 meninas que disseram passar por situações semelhantes. No indiciamento, duas delas são vítimas de estupro de vulnerável e uma delas de importunação. A delegada explica que não houve menção de relações sexuais e que as imputações foram por toques. O crime se enquadra em estupro por ter vítimas menores de 14 anos. As demais foram vítimas de contravenções, já não mais tipificadas como crimes. Uma delas ainda é adolescente. Para a preservação da menina, a investigação não apontou de qual ato ela seria vítima. 

O crime de estupro de vulnerável está previsto no artigo 271a do Código Penal e, em caso de condenação, tem pena que varia de oito a 15 anos de reclusão. Já a importunação sexual está prevista no artigo 215a como a prática de ato libidinoso sem consentimento para satisfação própria ou de terceiros. A pena, em caso de condenação, para esse crime é de um a cinco anos de reclusão.

OS RELATOS
As meninas relataram situações abusivas e, em alguns casos, contaram sentir medo de ser reprovadas se a situação chegasse a conhecimento de terceiros. Os relatos falam em beijos e abraços e toques em partes íntimas. Os crimes investigados teriam acontecido entre 2013 e 2019, segundo a Polícia Civil, em diferentes escolas e cursinhos pré-vestibulares de Santa Maria. Quando os primeiros relatos vieram à tona, em 2020, a escola em que professor trabalhava emitiu uma nota onde se disse surpresa. A instituição afirmou que o afastou das suas funções.

- Os relatos são muito semelhantes. Questões de abusos envolvendo passada de mão, que ele exercia poder de professor e acabava abusando disso, tocando sem querer nos seios passando a mão, sem contar outros relatos mais fortes que não são das minhas clientes, mas que tenho conhecimento - disse Magali Flores Rodrigues, advogada que representa parte do grupo de vítimas. 

Em depoimento durante a investigação, o professor negou as acusações e disse manter apenas uma relação profissional com seus alunos. 

- Ele negou genericamente. Disse que não tinha nenhuma conduta que não fosse ética. Foi uma oitiva bem longa, com bastante informações - conta a responsável pelo inquérito.

O advogado de defesa do professor, Jader Marques, disse que é indispensável ter cautela com a divulgação dos fatos do processo. Primeiro, conforme ele, por revelarem intimidades de pessoas protegidas pelo ECA. E segundo, para não haver distorção e prejulgamento.

- A defesa levou ao inquérito provas que afastam as alegações trazidas e novos elementos serão apresentados em juízo que demonstram a inocência do indiciado - disse a defesa.

OUTROS CASOS
Além desta investigação, os relatos possibilitaram que a Polícia Civil tomasse conhecimento de outros casos. Conforme a delegada, procedimentos separados foram instaurados para investigar a conduta de outros professores mencionados pelas pessoas ouvidas.

COMO DENUNCIAR

  • Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente - Rua Serafim Valandro, 360 
  • Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento (DPPA) com plantão 24h - Rua dos Andradas, 1397
  • Telefone: (55) 3221-0459
  • WhatsApp: (55) 98404-9140

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